Autor: Atman Coutinho Solino
O projeto comunitário de compostagem surgiu como uma ideia complementar ao surgimento de uma horta urbana, também comunitária, no Bloco B, do Setor Sudoeste de Brasília/DF (Figura 1). Começou de forma tímida, mas logo se teve a necessidade de procurar novas técnicas, tanto pela variedade dos resíduos orgânicos como pela sua quantidade.
Nessa técnica de projeto, utiliza-se duas fôrmas de compostagem. Uma pelo uso da vermicompostagem, ou popularmente conhecida como minhocário; e a outra, por intermédio de Leiras Estáticas com aeração passiva, ou popularmente conhecida como método UFSC.
No primeiro método existe algumas restrições e não é aconselhável a adição de resíduos orgânicos, como: cítricos, alho, temperos, carne, ossos e outros alimentos ácidos e/ou temperados; e, por isso são passadas para os moradores instruções mínimas para a separação. Porém, quando o morador tende a descartar grande quantidade dos resíduos restritos, aconselha-se a não restringir sua separação, pois serão destinados ao segundo método, que não possui qualquer restrição.
A não restrição de resíduos para a segunda forma de compostagem se encaixou muito bem para aplicação na gestão de resíduos sólidos orgânicos prediais devido a sua grande variedade de fontes animais e vegetais de resíduos. Contudo, durante o desenvolvimento do “método UFSC” foram identificados alguns obstáculos em desfavor da continuidade do mesmo, que precisaria de uma área maior que pudesse restringir à circulação de pessoas, a fim de evitar danos à estrutura das composteiras.
Além da falta de espaço maior para realizar o método UFSC, outros problemas foram identificados na execução do método, tais como: a necessidade de impermeabilização do solo, distanciamentos de outras estruturas, como paredes, mato alto, árvores etc., além de atrair formigas cupins e servir de abrigo para diversos tipos de insetos.
Entretanto, apesar das tentativas do método UFSC, não obterem continuidade houve a utilização do adubo/composto gerado, nas duas tentativas, separando a fração infectada por formigas da fração a ser utilizada na horta (em torno de 30 % do volume total que poderia ter sido aplicado). Além de já ter se reciclado mais de 488 Litros de Resíduos Orgânicos (o equivalente a 4 ciclos completos no minhocário) em húmus de minhoca e fertilizante líquido. Os quais também foram utilizados como insumos orgânicos da Horta Orgânica Comunitária do Bloco B.
Atualmente a horta está em processo de expansão e cada vez mais os moradores estão aderindo tanto ao projeto da horta comunitária quanto à compostagem, tornando o espaço de permanente convivência e educação ambiental.
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